sábado, 22 de outubro de 2011

O papel do vinho tinto nas doenças cardiovasculares

     
      O vinho tinto tem recebido muita atenção dos cientistas pelos seus extensos benefícios à saúde. Além de reduzir a incidência e os danos causados pelos acidentes vasculares encefálicos, o popular “derrame”, o consumo moderado de vinho tem sido associado a uma menor incidência de doenças do coração.
      Mas a que se atribui os efeitos benéficos do vinho tinto?
      As substâncias que são responsáveis pelos efeitos protetores estão presentes nas uvas. Dentre estes, o que mais se destaca é um composto fenólico chamado resveratrol.
      O resveratrol é uma substância sintetizada pelas videiras, com o objetivo principal de proteger a planta contra a infecção por fungos. Essa substância está localizada na casca das uvas, e sua concentração varia conforme o cultivo e o clima. Concentrações maiores de resveratrol são encontradas em variedades de uvas vermelho-roxas escuras. Como conseqüência, o vinho tinto se destaca em quantidade de resveratrol, frente aos vinhos branco e rose.
      Os benefícios apontados pelo resveratrol se dão devido sua alta capacidade antioxidante. Grande parte das pesquisas mostra que esse composto controla os níveis sangüíneos de algumas substâncias químicas inflamatórias chamadas citocinas. Estas, por sua vez, afetam o colesterol9 e as proteínas10 da coagulação. O vinho é capaz de reduzir os níveis de colesterol LDL (que quando oxidado aumentam as chances de infarto)8 e aumentar os níveis de HDL11 (fração do colesterol que auxilia na proteção contra infartos9). Com relação à coagulação, o vinho torna as plaquetas12 presentes no sangue13 menos aderentes e reduz os níveis de fibrina, evitando que o sangue13 coagule em locais errados. Estes efeitos poderiam prevenir o entupimento de uma coronária, evitando um infarto agudo do coração4.
      Além disso, quando consumido com parcimônia, o vinho parece reduzir o risco de demência15, incluindo o Mal de Alzheimer16. Segundo alguns especialistas, o resveratrol e outros polifenóis presentes no vinho seriam os responsáveis por evitar o envelhecimento das células cerebrais. Além da ação antioxidante, os vinhos melhoram a circulação17 cerebral, assim como a circulação17 do coração. Sabe-se, ainda, que as chances de apresentar depressão são menores em consumidores moderados de vinho.
      Pesquisas recentes mostram também que o resveratrol é um potente agente preventivo do câncer. Essa substância, junto com outros polifenóis, teria a capacidade de inibir as fases de iniciação, promoção e progressão de vários tumores.
      Porém, devemos ressaltar que, todos esses efeitos benéficos podem vir por água abaixo se as quantidades ingeridas ultrapassarem as quantidades recomendadas. A recomendação, embora ainda em estudo, não passa de dois cálices de vinho (100mL) por dia, junto com as refeições. A diferença entre consumo moderado e exagerado pode significar a diferença entre prevenir e aumentar a mortalidade3.
      O álcool, em excesso, irá aumentar as substâncias inflamatórias no sangue, favorecendo a oxidação da fração LDL colesterol, além de aumentar a agregação plaquetária. Com isso, aumentam-se os riscos de doenças do coração. O consumo abusivo de álcool também pode aumentar a incidência de cânceres, causar problemas gastrointestinais, deficiências de nutrientes e favorecer doenças degenerativas como Parkinson e Alzheimer. Sem falar no aumento dos índices de violência e acidentes automobilísticos.

      Vale lembrar que, para aqueles que não podem consumir álcool, ou simplesmente não apreciam o sabor do vinho, optar pelo suco de uva integral ou pela própria fruta também trazem os efeitos benéficos citados acima.

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